Segunda-feira, 27 de Agosto de 2007

Confrontos militares de Agosto de 1808

Ontem, como hoje, os conflitos entre os homens foram sempre reprovados pela voz da consciência humana, ainda que eles tivessem que ter acontecido, para impedir o domínio universal pretendido por povos ou comandantes militares e políticos com ideais absolutos de poder e supremacia. Aliás, sempre imperou o bom senso geral e o superior intento do alcance da paz!

Dessa forma aconteceu no início do século XIX, altura em que, frente à expansão hegemónica sobre a Europa, por parte de Napoleão Bonaparte, as forças militares de quase todo o continente se aliaram para o derrotar, eliminando a sua filosofia de domínio que empreendera com as suas hostes, algumas vezes integradas por contingentes de outras nações.

No início dessa ofensiva terrestre aliada, o exército britânico desembarcou em Portugal para que, com a incorporação de militares lusos, repelissem a ocupação que Napoleão impusera ao nosso país, com a sua invasão em 17 de Novembro de 1807, e consequente transferência da família real e governo portugueses para o Brasil.

Por esse facto, em Agosto de 1808, a região Oeste estava fortemente militarizada, devido à presença das tropas francesas invasoras e das forças conjuntas luso-britânicas, apostadas em expulsá-las de Portugal.

Junot, comandante das hostes de Napoleão, tinha disperso por todo o país as suas divisões e as espanholas que se lhe juntaram, na passagem pelo país vizinho, mas mantinha em Lisboa uma guarnição pouco numerosa.

Receando a esperada entrada dos ingleses, pela via marítima, os gauleses não imaginavam onde e em que data o desembarque se faria, razão pela qual aqueles desembarcaram sem oposição militar a 1 de Agosto de 1808 na praia de Lavos, situada na margem esquerda do rio Mondego junto à sua foz.

O exército napoleónico tinha enviado uma força, relativamente modesta, para norte de Lisboa, incapaz de deter as tropas inglesas, às quais se tinham já juntado em Leiria as portuguesas. A divisão napoleónica, comandada pelo general Delaborde, foi recuando, perante o fácil avanço das forças luso britânicas sob o comando do general Arthur Welsley, e acabariam por enfrentar-se na Roliça, a 17 daquele mesmo mês de Agosto.

Os franceses foram então repelidos, num dos seus primeiros desaires militares terrestres, e podemos afirmar que esta foi a sua derrota inicial nas três campanhas que, na altura, empreenderam em Portugal.

A divisão de Delaborde bateu em retirada para Torres Vedras, onde se juntou a reforços de retaguarda, para tentar deter o avanço de Welsley sobre Lisboa, mas os franceses foram absolutamente desbaratados na batalha do Vimeiro, no seguinte dia 21, tendo sido forçados a assumir a qualidade de vencidos, na assinatura da Convenção de Sintra, com a correspondente expulsão para o seu país pela via marítima. Estava assim subjugada a 1.ª Invasão Francesa a Portugal!  

As três invasões ao nosso país fizeram parte de um plano mais vasto de Napoleão, que sonhou dominar toda a Europa, com o pretexto da difusão dos ideais da Revolução de 1789: “Liberdade, igualdade e fraternidade”.

Na altura, esse desejo foi contrariado, designadamente pela Inglaterra, que o começou claramente a enfrentar no nosso país, pela via terrestre, conforme se descreveu antes. Porém, as nações europeias do tempo uniram-se mais tarde, ao constatarem o ideal imperialista de Napoleão, tendo-o derrotado definitivamente só em 1815, na batalha de Waterloo.

publicado por BatalhaRolica às 09:59
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Terça-feira, 21 de Agosto de 2007

Evocação militar do tempo da Batalha da Roliça

Integrada nas actividades do 24.º Festival do Vinho Português, iniciou-se a apresentação pública das acções que o Grupo de Trabalho para a Comemoração do Bicentenário da Batalha da Roliça vai levar a cabo, desde agora até finais do ano de 2008, aquele em que a celebração da correspondente efeméride ocorrerá.
Nesta primeira intervenção, o Grupo de Trabalho providenciou a vinda, à correspondente abertura, do Pelotão de Infantaria 1810, do Regimento de Infantaria n.º 14, agora localizado em Viseu, e a ornamentação do pavilhão da Câmara Municipal, que superintende, apoia e incentiva as suas iniciativas.
O Regimento de Infantaria 14, ao tempo das Invasões Francesas aquartelado em Tavira, teve participação militar de muito relevo nas batalhas de Almeida e Buçaco, no nosso país, e na batalha de La Albuera, em Espanha, incorporando as forças aliadas ali presentes.
O RI 14 foi transferido para Viseu, mas levou com ele as suas tradições militares, tal como a recuperação das fardas e restante equipamento da época da batalha da Roliça para se apresentar em público, evocando o uniforme, equipamento e ordens militares de há 200 anos.
Quanto à decoração do pavilhão da Câmara, foi entendido que, por razão da grande importância das comemorações, ali seria o local ideal para a primeira realização do Grupo. Assim entendido, nele se expôs algum material de divulgação, quer de imagens constantes do espaço, de onde se destacam o logótipo das comemorações, da autoria do artista plástico Fernando Direito e a apresentar oportunamente, quer um desdobrável alusivo àquele momento e às envolvências políticas e militares que o precederam. Foi elemento importante da mostra o manequim fardado ao modo dos soldados franceses da época, em simpática cedência do senhor Mário Lino, elemento preponderante do Museu do Ciclismo das Caldas da Rainha, no que se refere ao fardamento e arma, e do empresário Marcos Proença, relativamente ao manequim.
Outras e diversificadas actividades se irão seguir, dentro de uma calendarização e programa específicos, de onde se destacarão cerimónias oficiais, recriações, concertos musicais, eventos literários e artísticos, colóquios e conferências, acções educativas, desportivas e lúdicas, num conjunto de iniciativas que queremos que marquem muito positivamente estas comemorações de um tão importante facto da nossa História regional, nacional, europeia e mesmo mundial.
Contamos sempre consigo, siga connosco “O caminho da Roliça”!
publicado por BatalhaRolica às 09:57
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