Quinta-feira, 21 de Agosto de 2008

Soldados que perderam a vida em combate foram recordados

As Comemorações do Bicentenário da Batalha da Roliça terminaram no passado Domingo, dia 17 de Agosto, com um momento solene de homenagem a todos os soldados que perderam a vida nas guerras.

 

Com a presença da comitiva, provinda dos Paços do Município, e de bastante público, a cerimónia teve lugar junto ao túmulo do Tenente-coronel George Lake, na Serra do Picoto, e contou com a participação do Exército Português.

 

Acabado de restaurar, o túmulo foi erigido em memória do Tenente-coronel Lake, pelos seus camaradas oficiais do 29º Regimento de Worcestershire, datando de 1903 a anterior restauração, efectuada pelo mesmo regimento.   

 

De seguida, os presentes rumaram ao alto do Picoto para proceder ao descerramento de uma placa evocativa das Comemorações do Bicentenário da Batalha da Roliça, colocada junto ao cruzeiro existente no local.

 

Nos Claustros do Palácio Gorjão, no Bombarral, realizou-se posteriormente a Sessão Solene comemorativa do Bicentenário, a qual abriu com as actuações do grupo coral In Vita a Música e da banda do Circulo de Cultura Musical Bombarralense.

 

A banda bombarralense foi, aliás, protagonista de um dos pontos mais altos da sessão, ao interpretar de forma brilhante a obra musical “Abertura 1812”, do compositor russo Tchaikovsky, tema que os músicos ensaiaram durante vários meses para estrear neste evento.

 

Usaram de seguida da palavra o major-general Maia Mascarenhas, o coronel Rocha da Fonseca e o presidente da Câmara Municipal do Bombarral, Luís Camilo Duarte, a quem coube o discurso de encerramento das Comemorações.

 

No que diz respeito aos outros oradores, Maia Mascarenhas efectuou um enquadramento histórico das três Invasões Francesas, enquanto Rocha da Fonseca dissecou ao pormenor as várias fases da Batalha da Roliça. 

 

O major-general Maia Mascarenhas fez a representação oficial do Chefe do Estado-Maior do Exército, tendo-se também feito representar os Chefes dos Estados-Maiores da Armada e da Força Aérea e o governador Civil de Leiria.

 

Paulo Coelho

publicado por BatalhaRolica às 13:40
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Terça-feira, 19 de Agosto de 2008

O troar dos canhões voltou a fazer-se ouvir no Picoto

Perto de duas mil pessoas deslocaram-se na manhã do passado Sábado, dia 16 de Agosto, à localidade da Columbeira, para assistirem aquele que foi um dos pontos altos das Comemorações do Bicentenário da Batalha da Roliça: a sua recriação histórica.

 

Cerca de duzentos figurantes, oriundos, para além de Portugal, de França, Espanha, Inglaterra e Holanda, recriaram, numa organização da Câmara Municipal do Bombarral em conjunto com a Associação Napoleónica Portuguesa, a batalha travada entre os exércitos anglo-luso e francês naquele dia 17 de Agosto de 1808.

 

O troar dos canhões voltou a fazer-se ecoar, dois séculos depois, por terras da freguesia da Roliça, num momento que deixou maravilhados todos aqueles que se deslocaram ao campo da batalha, conforme provou o forte aplauso com que brindaram os figurantes no final do “combate”.     

 

 

A recriação histórica foi levada a cabo a partir do sopé da Serra do Picoto, junto à Capela de Santana, local que também em 1808 foi palco de confrontos entre os exércitos comandados pelo Tenente-general Arthur Wellesley (Aliados) e pelo General Henri Delaborde (França).

 

A “vitória” foi de seguida comemorada com um almoço convívio, organizado pela Comissão de Melhoramentos da Columbeira e pelo Clube Recreativo e Desportivo Columbeirense, num convívio bastante apreciado por todos os figurantes, autarcas locais, membros da organização e convidados. 

 

Para além daqueles, o almoço contou com a presença de alguns descendentes do General Henri Delaborde, tendo os 200 anos da Batalha da Roliça servido de mote para este reencontro familiar. No Bombarral estiveram apenas os descendentes radicados na Argentina e Inglaterra, embora o general francês tenha também deixado familiares na França e Suiça. 

 

A presença dos familiares de Henri Delaborde foi surpreendente para a organização, mas também para eles próprios, uma vez que não estavam à espera de encontrar o ambiente festivo, no qual acabaram por ser envolvidos. Na hora da despedida, fizeram questão de demonstrar a sua gratidão pela forma como foram recebidos.

 

Também presentes na recriação e no almoço estiveram ainda alguns dirigentes da associação “Les Amis du Patrimoine Napoleonien” (Os Amigos do Património Napoleónico), que se deslocaram propositadamente a Portugal para assistir às comemorações.

 

Outro dos momentos marcantes do dia, o qual alguns elementos da organização tiveram oportunidade de presenciar, foi a homenagem espontânea, por parte dos figurantes, ao Tenente-coronel Lake junto do túmulo erigido em sua memória. Tratou-se de um momento repleto de emoção, vivido debaixo de chuva intensa.

 

 

 

Paulo Coelho

 

publicado por BatalhaRolica às 09:53
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Segunda-feira, 18 de Agosto de 2008

Cardeal Patriarca esteve no Bombarral

O Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, deslocou-se ao Bombarral na passada Sexta-feira, 15 de Agosto, para presidir a uma missa em honra de Nossa Senhora da Assumpção, evocada liturgicamente nesse dia.

 

A cerimónia religiosa teve a presença da imagem peregrina de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, Padroeira de Portugal, na véspera chegada à igreja paroquial da Roliça, na qual foi recebida por significativo número de fiéis e foram celebradas missa e vigília.

 

Todas as referidas cerimónias religiosas tiveram lugar no âmbito das Comemorações do Bicentenário da Batalha da Roliça e, a de 15 de Agosto, reuniu no alto da Serra do Picoto cerca de cinco centenas de pessoas.

 

Após a celebração da eucaristia, iniciou-se a procissão da imagem de Nossa Senhora da Conceição até à capela de Nossa Senhora da Oliveira de Azambujeira dos Carros, tendo aquela imagem sido transportada numa viatura dos Bombeiros Voluntários do Bombarral. A celebração culminou com um espectáculo de fogo de artifício.


Nossa Senhora da Conceição foi proclamada Padroeira de Portugal, em 25 de Março de 1646, e o rei de Portugal, D. João IV, entregou a coroa do reino à respectiva imagem de Vila Viçosa, em reconhecimento pela Restauração da nossa Independência. A partir de então, os monarcas portugueses da Dinastia de Bragança nunca mais a voltaram a colocar na cabeça.

 

 

Paulo Coelho

 

publicado por BatalhaRolica às 16:16
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Quinta-feira, 14 de Agosto de 2008

Reflexos das invasões francesas no Bombarral

Aproximando-se o dia da efeméride dos 200 Anos da Batalha da Roliça, divulgamos três testemunhos escritos das repercussões das invasões francesas na zona correspondente actualmente ao concelho do Bombarral.

 
 
É sinal evidente da acção dos contingentes napoleónicos um registo no “Livro de Despesas da Confraria de Santa Ana e de Nossa Senhora da Pobreza (1753-1816)”, fundada em 23 de Agosto de 1753 para dar início à construção de uma nova igreja dedicada a Santa Ana, no lugar da Columbeira (cujas ruínas resistiram às vicissitudes do seu percurso, espelho da própria história do País). Desde aquela data registavam-se anualmente as despesas com a construção do templo, assim como as derivadas da gestão corrente dos ofícios religiosos. No entanto, em 3 de Agosto de 1808, fechando as contas do ano de 1807-1808, Timóteo Monteiro, Francisco Garcia da Cruz e Maurício José da Silva (?) declaram não ter havido despesas devido à “entrada dos franceses”.
Numa vasta região compreendida entre o Mondego e o Tejo, o controlo directo pelos franceses implicara pesadas cargas fiscais sobre o povo e as instituições eclesiásticas. A proximidade do inimigo paralisou a economia, suscitou um clima de insegurança e temor, vivido com singular peso na adversidade contra a tradicional piedade religiosa do País. Na Columbeira, as obras de manutenção da Igreja de Santa Ana (já construída) devem então ter sido suspensas, assim como os gastos com a prática e as festividades divinas a cargo da Confraria.
No entanto, não nos chegaram notícias da tomada de medidas especiais para protecção das alfaias de culto perante ameaças de depredação do espólio das igrejas locais, nem destas terem sido impedidas de prestar serviço religioso para serem convertidas em palheiros, prisões ou aquartelamentos militares. Ignoram-se ocorrências de roubo ou profanação do bens das igrejas a cuidado da Confraria, quer durante o ano da ocupação, quer em consequência dos movimentos militares que ali tiveram lugar; a haver, por certo teriam sido anotadas pelos responsáveis da Confraria no sentido de prescreverem a sua resolução. 
A 3 de Agosto, quando redigem aquela declaração, os três confrades não podiam ainda saber que as encostas da serra do Picoto iriam servir de cenário a um importante confronto para o desfecho da primeira invasão francesa no território nacional. Dois dias antes, a 1 de Agosto, as tropas inglesas tinham iniciado o seu desembarque em Lavos, a Sul da Figueira da Foz; no seu trajecto em direcção a Lisboa, iriam combater com um destacamento francês nas imediações da povoação onde residiam Timóteo Monteiro, Francisco Garcia da Cruz e Maurício José da Silva (?). Porventura, estes vieram a ser observadores da Batalha da Roliça, assistindo de perto e com expectativa à movimentação das tropas…
Finalmente, após a Batalha do Vimeiro, a 21 de Agosto, e depois de quase dez meses de ocupação, os franceses retiraram-se e os portugueses puderam deleitar-se com a esperança de paz.
 
 
Nos anos seguintes, a actividade da Confraria de Santa Ana e de Nossa Senhora da Pobreza parece ter regressado à normalidade. Até que, a 28 de Outubro de 1812, fazendo o balanço anual de 1811 para 1812, uma nova declaração anotava que “em consequência da segunda invasão das tropas francesas nada se fez de despesa”.
Na realidade, uma segunda invasão ocorrera já em Março de 1809, quando Soult fizera uma nova investida. Mas, nessa altura, o desfecho foi rápido, o palco da sua acção limitou-se ao Norte português e acabou por não afectar directamente a região estremenha. Prova disso é que, em 1812, os membros da Confraria da Columbeira referem-se à nova presença francesa como a “segunda invasão”, quando deviam mencionar a terceira, iniciada com o avanço do exército de Massena, em Junho de 1810. Esta última vaga napoleónica atingiria mais significativamente a região central do País; apesar de um confronto com as tropas inglesas e portuguesas no Buçaco, Massena consegue avançar para Sul, em direcção a Lisboa, intento apenas travado nas Linhas de Torres Vedras. Iniciam-se, então, vários meses de pressão entre as duas forças: atrás daquelas linhas fortificadas, movidos pelas escassez de víveres, os contingentes franceses faziam sentir intensamente a sua presença repressiva junto das populações rurais; do outro lado, as autoridades anglo-lusas esperavam a exaustão do inimigo, incitando as comunidades locais à política da “terra queimada”.
 
Em Março de 1811, os franceses não esperaram mais pelos ansiados reforços e iniciaram a sua retirada de Portugal. Esta tinha sido a última, mas também a mais violenta invasão da Península. Por isso e apesar do inimigo ter sido expulso na Primavera de 1811, a total desarticulação da economia da região, a instabilidade e a debilidade social que esgotara os magros recursos da população não autorizaram a Confraria de Santa Ana a efectuar gastos com o cumprimento das suas obrigações de apoio cultual, pelo menos até 1812.
Nesse sentido vai também a carta que, em 20 de Janeiro de 1811, D. Rodrigo de Lencastre escreveu a D. Miguel Pereira Forjaz (Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra), pedindo um meio de subsistência porque a sua propriedade do Bombarral estava há dois meses “em poder dos Franceses” (Arquivo Histórico Militar/DIV/1/14/097/08).
 
Estes são três breves depoimentos trazidos pela escrita de alguns dos habitantes da região do Bombarral em inícios do século XIX, testemunhos simples mas significativos de quem se viu envolvido numa conjuntura que teria efeitos marcantes na história nacional e europeia.
 
 
Dóris Joana Santos
 
publicado por BatalhaRolica às 14:43
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Terça-feira, 5 de Agosto de 2008

Um eco do passado...

No âmbito da recuperação da envolvente do monumento funerário do TEN-COR George Lake, foi posta a descoberto uma área calcetada e, até ao momento, três dos quatro pilares calcários que outrora suportaram o gradeamento em liga de ferro forjado e fundido adicionado ao elemento patrimonial em 1903, uma intervenção de restauro preconizada pelo 29º Regimento de Worcestershire.

 

A área calcetada, adossada à base do monumento funerário, foi exposta por decapagem a martelo pneumático da argamassa de cimento utilizada para assentar um lajeado em mármore ali colocado durante a Presidência de Carlos Serafim na Câmara Municipal do Bombarral.

 

As obras de limpeza e restauro têm sido acompanhadas no terreno pela arqueóloga municipal, Cláudia Manso.

 

 

Rui Viola

publicado por BatalhaRolica às 17:16
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